Toda mãe é única, especial e tem uma história que merece ser contada. Para celebrar o Dia das Mães, o Iguatemi Florianópolis apresenta a vocês, em uma série de 3 publicações, a história de três mulheres que superaram dificuldades, comemoraram sucessos e alegrias e viram suas vidas transformadas pela maternidade: a Elizabeth, a Alessandra e a Elizângela.

Elizabeth Andrade é fundadora da Associação Amigos Down. Ela abraçou esta causa há 36 anos, quando a filha Pâmela nasceu. Sem informações nem recursos, lutou com todas as armas que dispunha para mostrar a todos, principalmente à filha, que ela era capaz de tudo. Hoje, Pâmela é modelo profissional, artista plástica, massoterapeuta e atriz. Já Beth tornou-se uma mãe realizada.

Alessandra Gutierrez tem um estúdio de dança e é mãe de dois meninos. O mais novo, Guillermo, tem 15 anos, é surdo e sofre de Transtorno de Espectro Autista. Para ajudar o filho, ela precisou ultrapassar as barreiras do preconceito e conhecer a fundo o “mundo” dele. Juntos, aprenderam a se comunicar com a linguagem dos sinais, respeitar seus hábitos e limites e transformaram a vida um do outro com muito amor, paciência e dedicação. 

Uma mulher com fama de durona que comanda uma equipe formada na sua maioria por homens. Mas uma mãe carinhosa, dedicada e que, como toda as outras, deseja o melhor para os filhos. Nem a rotina de trabalho, estudo, casa e dois filhos, nem as incertezas que são naturais da maternidade a fazem desistir de continuar sendo uma mãe exemplo. Assim é a história da Elizangela Rocha, chefe de segurança do Iguatemi Florianópolis.

Hoje, amanhã e domingo, apresentaremos e emocionaremos vocês contando mais afundo as histórias de cada uma delas em homenagem ao Dia das Mães. “É uma honra para o Iguatemi Florianópolis poder trazer à luz histórias desse tipo. Essas e todas as outras mães guerreiras que existem em nossa cidade merecem reconhecimento e carinho”, enfatiza Cláudia Janjar, gerente de marketing do Iguatemi Florianópolis.

“A única vez em que achei que minha filha não conseguiria fazer algo por ter Síndrome de Down foi quando ela me disse que queria ser modelo. Felizmente, eu estava errada”, confessa Elizabeth Andrade, mãe de Pâmela Andrade, a Pam Pam, primeira modelo profissional Plus Size com Down do país. Além de modelo, Pâmela também é atriz, artista plástica e, no ano passado, se formou em massoterapia. 

Uma mãe especial

Elizabeth nunca correu dos desafios que a vida lhe impôs e conta todos eles com o olhar tranquilo e a naturalidade de quem narra o capítulo de ontem da novela. Foi assim quando, há 36 anos, logo após dar à luz Pâmela, ela ouviu dos médicos que a filha tinha Síndrome de Down. Depois, quando percebeu que não teria recursos para oferecer a ela os tratamentos necessários para seu desenvolvimento e, um pouco mais tarde, quando precisou dar à filha a autonomia necessária para que ela pudesse caminhar sozinha.

“O mais difícil era a falta de informação. Na época, além de caros, não eram todos os médicos que conseguiam tratá-la, nem as escolas sabiam como ajudar a cuidar da minha filha. Eu via que ela só tinha a mim.”

Esta mãe viu os amigos desaparecerem, as dificuldades aumentarem, largou o emprego e decidiu fazer artesanato em casa para sobreviver. O objetivo maior na vida era ajudar a filha. Foram tantas barreiras vencidas, que Beth, como os amigos a chamam, tem dificuldade para lembrar de todas. Mas ao olhar para trás, consegue ver a trilha formada por ela – tijolo por tijolo.

A Associação Amigos Down, entidade pioneira no estado e que há 27 anos auxilia crianças e jovens com Síndrome de Down, é uma delas – e sua origem tem ligação direta com a história de superação de Beth.

Sem condições financeiras para custear todos os médicos que a filha precisava, ela começou a pedir a eles que a ensinassem como poderia dar continuidade ao tratamento em casa até conseguir pagar pela próxima consulta. E assim a mãe incansável seguia com a fisioterapia, exercícios de respiração e até com o desenvolvimento psicológico de Pâmela, que aprendeu que não era uma menina doente, mas uma menina especial.

“Ensinei a minha filha que ela era capaz de fazer tudo que quisesse, que teria algumas dificuldades, mas porque era mais especial que as outras crianças. Por isso, ela nunca falou que tem Síndrome de Down. Sempre repete que é especial”.

E essa missão ela dividiu com outros pais em situação semelhante à sua. Juntos, eles construíram uma rede de relacionamento e ajuda que repercute em todo o país. Foi através destas relações, construídas pela mãe, que Pâmela recebeu o convite do diretor Alex Duarte para atuar no filme Cromossomo 21. Depois, veio o documentário Geração 21 e, há dois anos, ela participou de um reality – Expedição 21, onde 18 jovens com Sìndrome de Down de todo o Brasil ficaram confinados em uma casa no Norte da Ilha de Santa Catarina, sem os pais, mas com muitos profissionais para ajudá-los a ter autonomia.

Quem conhece Beth tem a sensação de que, para ela, nada é impossível. Mas esta mãe também tem suas angústias. “A gente sofre quando percebe que ninguém convida nossa filha para festinhas de aniversário. Que nas férias escolares as amigas somem e ela fica sozinha. Esse também é um dos motivos pelo qual me mantenho sempre engajada na causa, buscando aproximar os pais de crianças com Down, para que eles não se sintam como eu já me senti”, confessa.

Além de fundar a Associação Amigos Down, hoje, Elizabeth também está à frente da Associação Pais em Movimento, entidade que ajuda bebês e crianças com Down em Florianópolis.

*Esta história faz parte de uma série em homenagem ao Dia das Mães, com personagens escolhidas pelo Iguatemi Florianópolis.